quarta-feira, 17 de julho de 2013

Sonho






Sonho que sou uma camaleoa no deserto e Juan um lindo tigre. Pressinto o perigo se aproximando e faço uma camuflagem, porém ela não é suficiente. Juan agora não é mais um tigre, mas sim uma enorme serpente negra, comum naquela região.
A serpente desliza pelo terreno buscando o melhor ângulo para seu ataque. A camaleoa tenta mais uma vez a alteração de cor, porém é em vão. Um único ataque da feroz serpente é suficiente para abocanhar por inteiro a pobre bichinha.
Quando eu camaleoa estou sendo devorada sinto um estranho prazer. Um gozo que vai acontecendo aos poucos. Tenho um delicioso orgasmo e num passe de mágica saio de dentro do corpo da serpente num salto. Estou completamente colorida e sinto-me energizada e corro pelo deserto a fora. 
A serpente segue em outra direção, e em poucos minutos volta a ser tigre.
Acordo com os batimentos cardíacos acelerados e fico por alguns minutos ofegante. Depois lápis e papel para registrá-lo.
Na segunda-feira  mostro pro Jung.
Na terça-feira mostro pro Freud.
Na quarta-feira dou muitas risadas da riqueza desse inconsciente!

terça-feira, 16 de julho de 2013

Porque somos camaleoas

Existe uma constante inquietação que pulsa como um turbilhão em minha mente. Algumas vezes quero ser tão somente o que sou, mesmo que eu não saiba quem na verdade sou. Noutras vezes algo me sacode e me impulsiona ao desejo do posso mais. Tão simples que rapidamente corro ao espelho e entendo que posso ousar um pouco mais. Ou tão somente ser diferente do agora. Como quem bebe água pra matar a sede compro outra tinta e vejo surgir outro tom pro cabelo.
Para muitos que conseguem manter o mesmo estilo e o mesmo tom por toda uma vida, e não estou de forma alguma desconsiderando isso, sou radical e faço escolhas ousadas. Fico com ousadas, acho radical um termo muito radical.
Sorrio diante da imagem e não tenho medo do que virá. Das possíveis rejeições, dos termos equivocados, dos conselhos desnecessários - apenas sorrio. Porque a minha imagem a mim basta e gosto de me bastar.
"Sou um móbile solto no furacão, qualquer calmaria me dá solidão"